segunda-feira, 15 de março de 2010

historias de um indígenista

Ainda estava em Uberlândia,no final de 1997 estava trabalhando de produtor de televisão no SBT,a minha companheira Maria das Graças Bueno Monteiro,uma super mãe e hoje uma super avó,tentou segurar na epoca nosso relacionamento com unhas e dentes,mais o destino é imprevisivel,e eu tinha que seguir meu caminho,fazia um trabalho paralelo com o Vegetal Ayuaska,qual fiquei conhecendo por intermedio de um amigo do Acre com o qual realmente fiquei me conhecendo por dentro de mim,pois o cha é altamente introspectivo,acabou nosso relacionamento que foi muito traumatico pois em quase vinte anos de relacionamento nunca havia saido de casa,e sentia muita falta dos filhos na oportunidade,sai de casa pois não tive um comportamento adecuado com a minha saudoza sogra Dorveni ,que mais tarde vim a pedir desculpas para ela graças a DEUS continuei amigo delas,voltando ao começo de 1998 após ter ficado na tentativa de trabalhar la em Uberlândia com criação,como falei anteriormente que era produtor de televisão ,mais como havia separado da esposa não conseguia criar nada,absolutamente nada e ainda pra completar me acometi de uma grande crise de colica de rins,estava muito ruim mesmo,quando lá em Brasilia um grande amigo meu que é natural de Uberlândia, o Cris Cristiano Rodrigues musico dos bons ,ele estava morando no Institto Aldeia da terra da querida amiga Inuka Kradkoj liege lemos de souza , o Cris sabendo da minha situação foi me buscar em Uberlândia para me recuperar no instituto que é um lugar muito bonito vinte hectares de cerrado com mata ciliar,que trabalha com duas etnias os Krahôs do Tocantins e os Kamaiuras do Mato Grosso foi quando eu entrei nesse universo indígena,
amanhã continua o proximo capitulo

sexta-feira, 12 de março de 2010

historias de um indigenista.PAGELANÇA

Estava em Itacajá em no ano de 2000,no mês de março, já trabalhava com os krahôs a dois anos e ja havia arrumado uma companheira a Ivaneide estava com ela a alguns meses e ja morava na casa dela no centro de Itacajá ,estava acamado resultado de uma grande colica de rins, que me acompanhava a anos.a Ivaneide já tinha iniciado um novo trabalho sua lojinha de presentes e aviamentos,chamava lanne presentes ,ela estava na lojinha muito preocupada com meu estado de saúde ,logo passa na porta da lojinha o que nos krahôs a gente chama de inchun(pai)Pirka seu nome indigena,e de branco Alcides, que na lei do indio é meu pai,e tambem é um exelente pagé (uaika)como se pronuncia nos krahôs ,a Ivaneide o comprimentou, pois ele havia perguntado da minha pessoa, e ela comentou que eu estava acamado dentro da casa.
ai ele pediu a ela que queria me ver.logo foi convidado a entrar no quarto onde eu me encontrava,mais que depressa Alcides Pirka iniciou uma seção de pagelança retirou do makó(bolsa de imbira,tradicional de uso do homen no dia a dia)o seu pacotinho de fumo e um pedaço de folha de arvore taipoca chamada de pikó que serve para enrolar cigarros de fumo,mandou que eu vira-se de bruço e começou a rezar,nem fazia calor, mais mesmo assim durante a pagelança Pirka Alcides suava muito chegou até molhar em volta de si mesmo,terminando a pagelança se despediu de mim,pois a Ivanede(fia)como era chamada carinhosamente por mim,havia marcado no hospital da cidade exames para saber se eu iria para cidade de Araguaina para tomar providencia medicas para retirar as pedras a lazer ou tomar algum remedio ,para auxiliar ,para espelir as pedras,ja eram 14:00hs e o medico me entregou um recipiente para que eu fize-se um exame de urina pra fazr seu diaguinostico,quando peguei o recipiente e comecei a urinar para coleta do material,espeli tres (3)pedras,não senti dor nem nada,geralmente quando voce vai espelir as pedras,sente durante aquele periodo,uma forte dor no canal da uretra e naquele momento não sentia dor alguma,parecia que estava anestesiado da pos pagelança,que tnha se submetido alguns minutos antes,minha conclusão,se voce acreditar e ter fé ,consideração por aqueles povos no meu caso os Krahôs e o seu pagé,pode ter certeza que ira receber a cura.
até a proxima.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mamoeiro parte 2

Como havia contado anteriormente, o mamoeiro do fundo do quintal da associação media aproximadamente cinco metros de altura e os mamões estavam maduros o Milton Krahô na oportunidade ja tinha seus sesenta anos.o Milton se dirigiu para mim e falou,"twuarêt,(meu nome de batismo nos Krahôs)ve se consegue derrubar alguns mamôes para nós". ai balancei o pé do mamoeiro,não adiantou nada,nem se mexeu,mais que depressa o Milton subiu no pé com uma destreza impressionante,pra quem tem sesenta anos,até parecia que tinha dezoito,fiquei impressionado,foi até no alto do pé e me jogou os mamôes maduros um por um,pra felicidade da sua companheira que estava cheia de fome.até a proxima

Mamoeiro

Estava eu la no escritorio da associação em meados de 1999 trabalhando na parte da manhã quando chega uma liderança Krahô o Milton kro kroc e sua esposa,vindos da aldeia Galheiro uma aldeia bem antiga cerca de uns cinquenta quilometros da cidade.
O Milton me comprimentou e disse "apej!!"eu respondi impej"!! que suigunifica na linguagem um comprimento ,como se estivessem falando tudo bem com voce!
logo aesposa do Milton reclamou que estava com muita fome,e na associação não tinha nada para comer,no fundo do quintal tinha um mamoeiro de aproximadamente cinco metros.

terça-feira, 9 de março de 2010

Historias de Txoj(picapau)

Como havia contado na historia anterior,Adão Txoj Krahô,e eu estavamos andando no cerrado a pé até a aldeia dele, que fica cerca de uns seis quilometros da cidade de Itacajá,Adão seguia com seu cachorro e um facão quando de repente seu cachorro(rop)ficou super alvoroçado e não parava de latir,Adão sorriu para mim e falou"prepara que vamos caçar nosso almoço agora!"
em seguida o cachorro havia acuado alguma caça,que ligeiro a referido animal sumiu fazendo um buraco e mergulhando para dentro,mais que depressa o Adão começou a cavar o buraco que ia ficando cada vez maior,sem pá ou enchada só com as mãos e o facão e o cachorro enfurecido,louco para pegar a caça,passado alguns minutos,o buraco que adão havia feito já estava pela sua cintura,com muita tecnica,ele pegava um pauzinho e ia cutucando dentro do buraco e cheirando,ria,ria, e falava"ta quase chegando!" ja se passavam uns vinte e cinco minutos,quando de repente o Adão acabava de cheirar o mencionado pauzinho,colocou suas mãos dentro do buraco e com uma destreza impressionante, começou a afogar a caça dentro do buraco ,quando começa a tirar de dentro do buraco ja semi morta, uma enorme cotia(cuken)que para alegria dos mehins(indíos)como os krahôs se auto denominam,se deliciaram na aldeia com a caça que o Adão havia levado e dividido com seus familiares,essa divisão é muito legal entre os krahôs.até a proxima.

segunda-feira, 8 de março de 2010

krahô todas sementes


Os krahôs são por natureza coletores e caçadores,coletam todos tipos de sementes e plantam tudo que lhes interessa,são exelentes caçadores,e tem muitas tecnicas de sobrevivencia no cerrado,certa vez eu e o filho do seu Getulio Kruakaj Krahô ,o Adão Thxoj,que siguinifica pica pau,nos dirigiamos para aldeia e chovia muito estava dirigindo minha moto com o referido indio na garupa,quando logo avistamos um tremendo lamaçal,ai me dirigi ao Adão e falei que ia passar o lamaçal sozinho,pois se cair caia sozinho,e não foi que cai mesmo.e queimei mnha perna no escapamento,logo o Adão entrou no mato e trouxe uma raiz e passou na minha perna ,foi umalivio tremendo,cicatrizou que não ficou nem marca

quinta-feira, 4 de março de 2010

Em 1998 cheguei na cidade de Itacajá, junto com meu querido amigo indio Krahô Cukon o Osmar P.Krahô, que conheci e morei com ele em Brasilia no Instituto Aldeia da Terra da Liege ou mais conhecida como Inuka nos Kamaiura,e nos Krahôs conhecida como kradkoy. após conhecer o Sr.Getulio Kruakaj Krahô presidente da União das Aldeias Krahô e o indígenista Fernando
Schiavini tambem batizado com Kruakaj fiquei sabendo que eles retornavam do Rio de Janeiro após receberem um premio da F.G.V. FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS E FUNDAÇÃO FORD E EMBRAPA,denominado RESGATE DAS SEMENTES TRADICIONAIS,que para minha sorte me remeteu ao universo indígena, que para mim era uma novidade,pois eu era publicitario conversei com seu Getulio que me prometeu me levar para os krahôs,que haviam recebido como o premio, um escritorio sede propria, na cidade de Itacajá, com internet,e todo mobiliado,seu Getulio ligou para o Cukon depois de uns meses em Brasilia, e perguntou se o rapaz Ulysses ainda estava residindo no Instituto pois queria leva-lo para trabalhar na associação,no começo dei os primeiros passos para os mehins denominação de(indío)como navegar na internet,e os primeiros passos do word ,logo em seguida tocamos um projeto de grande porte, junto com o BNDS,no valor de um milhão de reais,para a construção de um complexo na terra indígena Krahô,ao longo do tempo esta associação ganhou dois premios internacionais.Slow food na Italia
logo com o tempo fui batizado com o nome do saudozo lider indígena Aleixo Pohi, quem conhece os Krahôs sabe de que estou falando,hoje sou relações publica da Aldeia Pedra branca,assessor da Aldeia Cachoeira uma das mais tradicionais dos Krahôs,e assessor do filme HOXWA,primeiro filme da atriz Leticia Sabatella como diretora junto com Gringo Cardia , o filme é um espetaculo,o qual ainda vou contar no blog.
hoje tenho certeza de um olhar diferente, pois consigo enxergar o indio dentro da essencia.e ver que eles não tem apegos materiais, e não acumulam nada. só seus conhecimentos tradicionais e da natureza. até a proxima.